Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023 | Resumo: 746-1 | ||||
Resumo:A identificação de bactérias produtoras de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL) em animais de companhia têm cada vez mais preocupado médicos veterinários. Esses animais podem servir como possíveis reservatórios de importantes bactérias, dificultando o tratamento efetivo para doenças originadas no trato urinário. A difusão desses patógenos pode ocorrer, muitas vezes, pelo uso inadequado de antimicrobianos na rotina veterinária, possibilitando o aumento e a disseminação de estirpes resistentes em animais com grande proximidade do ser humano. O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento de uroculturas encaminhadas para o laboratório de microbiologia do LAB&VET Diagnóstico e Consultoria Veterinária, identificando estirpes produtoras de beta-lactamase no período entre janeiro e junho de 2023. Foram recebidas 517 uroculturas durante o período estipulado, sendo 391 cães e 126 gatos. Todas as amostras foram semeadas em ágar MacConkey e ágar Sangue e incubadas em 37º, por 24 horas. As estirpes isoladas foram submetidas ao teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) de acordo com as normas do CLSI (Clinical Laboratory Standards Institute), utilizando ágar Mueller Hinton. Como protocolo do laboratório, foram testados os seguintes antibióticos por disco-difusão: amoxacilina com clavulanato, ampicilina, cefalexina, cefovecina, ceftiofur, ciprofloxacina, enrofloxacina, levofloxacina, marbofloxacina, norfloxacina, amicacina, gentamicina, nitrofurantoína e sulfametoxazol com trimetoprim. Para triagem das estirpes beta-lactamase de espectro estendido, foi utilizada a técnica de disco aproximação seguindo as normas do CLSI. Como resultado, foram observadas 4,34% de estirpes ESBL em cães e 4,76% em gatos. Em cães, o agente mais isolado foi Escherichia coli (47,05%), seguido de Klebsiella spp. (35,29%) e Proteus spp. (17,64%). Já nos gatos, Klebsiella spp. foi a mais isolada, com 66,67%, seguido de Proteus spp. e Escherichia coli, ambas com 16,66%. Esses resultados nos mostram o aparecimento de estirpes potencialmente patogênicas em animais domésticos, com grande capacidade de disseminação tanto para outros animais quanto para seres humanos. Sendo importante reforçar a necessidade do controle do uso de antimicrobianos por médicos veterinários, reduzindo o papel dos animais de companhia como possíveis reservatórios de agentes patogênicos. Palavras-chave: Resistência antimicrobiana, animais de companhia, diagnóstico laboratorial, antimicrobianos Agência de fomento:LAB&VET Diagnóstico e Consultoria Veterinária LTDA |